25.9.10

Parábolas na sala de aulas...

O PNEU FURADO


Na véspera de uma prova, 4 alunos resolveram chutar o balde: iriam viajar. Faltaram a prova e então resolveram dar um "jeitinho". Voltaram ao colégio na terça, sendo que a prova havia ocorrido na segunda. Então dirigiram-se ao professor:

- Professor, fomos viajar, o pneu furou, não conseguimos consertá-lo, tivemos mil problemas, e por conta disso tudo nos atrasamos, mas gostaríamos de fazer a prova.

O professor, sempre compreensivo:

- Claro, vocês podem fazer a prova hoje a tarde, após o almoço.

E assim foi feito. Os rapazes correram para casa e se racharam de tanto estudar, na medida do possível. Na hora da prova, o professor colocou cada aluno em uma sala diferente e entregou a prova:

Primeira pergunta, valendo 1 ponto: algo sobre as leis de Newton. Os quatro ficaram contentes pois haviam visto algo sobre o assunto. Pensaram que a prova seria muito fácil e que haviam conseguido se "dar bem".

Segunda pergunta, valendo 9 pontos: "Qual pneu furou?"

Comentários:

Esta é uma lenda da educação já tendo sido atribuída a muitos mestres. Em que nível você considera aceitável a mentira? Até que ponto você acha que devemos ser éticos? Como seria a sua vida, se todos lhe tratassem exatamente como você trata cada um?

Ser honesto, ser ético, ser gente é uma questão de princípios... e os nossos princípios não podem – pelo menos não devem - ser negociáveis. Não espere pelo futuro para ser alguém melhor, seja hoje mesmo, o melhor que puder.

Se ocorrerem em sua vida coisas boas, maravilha! Se as desgraças baterem a sua porta, pelo menos saiba: eu não mereço! Consolo? Não, convicção.

Para ministro, formação é gargalo da educação

Anteontem, o MINISTRO DA EDUCAÇÃO, Fernando HADDAD, afirmou que o maior gargalo para o desenvolvimento da EDUCAÇÃO no Brasil é a valorização da carreira docente. A declaração foi feita durante o 10º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos (Enee), em Brasília. Segundo ele, a formação é insuficiente se a carreira de professor não for atrativa. HADDAD também citou um estudo do MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO que mostra que um professor ganha 60% do salário de um profissional de outra área com o mesmo nível de escolaridade*1.



COMENTÁRIOS
Se o próprio ministro da Educação mostra estudos dessa natureza - provando o quanto os professores, de um modo geral, não são valorizados - então, eu não devo esperar que o próprio ministro explique porque nada fez, de concreto, para VALORIZAR ESSA PROFISSÃO! Precisamos dar mais valor aos livros, às escolas, às bibliotecas, aos alunos que realmente se dedicam, aos pais que apoiam a educação, aos políticos que defendem a boa qualidade educacional, mas, principalmente, AOS PROFESSORES do nosso Brasil. Ah, dia 15 é dia do Professor!

FONTE: ESTADO DE SÃO PAULO EM 25 DE SETEMBRO DE 2010

Comentário de  Fernando Beltrao

Educação: o desafio da qualidade

Brasília - Quando o Brasil foi às urnas pela primeira vez, após o fim do regime militar, os candidatos não precisavam de propostas muito complexas para a área da educação. Prometer a construção de escolas e a criação de novas vagas era suficiente, já que cerca de 15% das crianças de 7 a 14 anos não estudavam. Hoje, a taxa de atendimento dessa faixa etária beira os 98%. Com a melhoria do acesso, o desafio agora é garantir educação de qualidade para todos - apontam especialistas e organizações da área.

"Nos anos anteriores o foco era na oportunidade de toda a criança poder estudar, hoje tem que ser na garantia da aprendizagem das crianças. Mas a garantia da qualidade é muito mais difícil de construir porque não depende de uma caneta. É um grande mosaico de fatores que o gestor precisa levar em conta de acordo com a realidade da escola", explica a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz.

O representante da Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Vincent Defourny, disse que o país deu passos importantes nos últimos 15 anos, mas a educação ainda é uma das áreas "mais problemáticas". O oficial de projetos da Unesco, Wagner Santana, complementa: "Os desafios vão se tornando mais complexos na medida em que a gente se aprofunda na questão do direito a educação. E ele só efetivo com crianças, jovens e adultos aprendendo".

Apesar de não haver uma fórmula para construir uma educação de qualidade, os especialistas apontam o professor como peça-chave desse processo. Sem remuneração adequada e bons planos de carreira para a categoria, será difícil mudar a realidade da sala de aula*1, defende a coordenadora-geral da organização não governamental (ONG) Ação Educativa, Vera Masagão. "A escola precisa atrair talentos e pessoas motivadas. É necessário investir na formação e na valorização para que a área se torne atrativa", afirmou.

Defourny acredita que esse é um gargalo da educação hoje. "A formação, a remuneração, a perspectiva de carreira do professor, tudo isso tem que ser resolvido de forma consistente", disse. Segundo estudo da Unesco, a média salarial do professor da educação básica, em 2006, era de R$ 927, com grandes variações nos estados chegando a R$ 635 (Nordeste). O rendimento é bem menor do que o de outras carreiras que também exigem formação de nível superior.

"Não é que toda a responsabilidade seja do professor, mas há um amplo reconhecimento de que esse é um dos principais fatores para a qualidade da educação", defende Santana. Vincent alerta ainda que sem recursos adequados não é possível chegar a uma oferta de qualidade. Hoje, o país investe 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB) na área, segundo dados mais recentes do MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.

"O investimento aumentou, mas ainda estamos muito longe dos padrões dos países com uma educação de melhor qualidade. É um assunto que precisa ficar claro nas prioridades de um governo", afirmou. Os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) investem, em média, entre e 6% e 7% do PIB. "Mas eles, em geral, não têm a dívida história com a educação que nós temos. Além disso, o PIB é maior. Então, o volume investido é mais alto", compara Santana.

Ele acredita que outro desafio é integrar a educação a políticas mais amplas de desenvolvimento do país. "Todos dizem que a educação é essencial, mas é preciso discutir como o componente educacional se integra quando olhamos para o futuro de um país que tem a possibilidade de ser a quinta economia mundial", disse. Na avaliação de Santana, o debate sobre educação nas eleições ainda "fica muito na superfície".

"O país tem uma janela de oportunidade, está crescendo muito rapidamente, e tem recursos públicos como nunca. Este é o momento para investir em educação, não dá para esperar*2. É um investimento de médio a longo prazo que precisa ser feito", afirmou Defourny.

FONTE: AGÊNCIA BRASIL EM 27 DE AGOSTO DE 2010

24.9.10

A Dança das Flores



Flor do jardim,

flor que deveria

ser da primavera,

mas que preferiu

enganar as estações.

Leve flor carregada

pelo vento.

E nele desliza

como que em

delicada dança,

Flor que teve por par a brisa.

Brisa que acalmou o vento,

do som que se escondia no silêncio,

dos segredos que, embora ditos,

somente foram ouvidos

pelos que tinham ouvidos de ouvir,

pois que escutavam

com a alma,

pois que conheciam

os caminhos do coração.

Flor que é

delicadeza no botão,

e esplendor

no seu momento mágico.

Flor que decora

o circo da vida,

onde os pecados

convivem com as virtudes,

onde o perdão os liberta,

e os transforma

em sementes renovadas.


Gilberto Brandão Marcon

Primavera


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.



Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

19.9.10

Para Refletir

“Você precisa SER a mudança que Você deseja para o mundo”.

A educação nas eleições 2010

O ensino público tem sido um dos pontos centrais das campanhas eleitorais deste ano, tanto para a Presidência como para os governos estaduais.

Três razões para isso: pesquisa do movimento Todos Pela Educação, realizada com o Ibope, mostra que a educação aparece em terceiro lugar entre as principais preocupações do brasileiro, superada apenas por saúde e segurança pública (nessa ordem); as altas taxas de desemprego entre jovens pressionam os governos a encontrar soluções de inserção desse grupo no mercado de trabalho, e qualquer caminho passa pela formação escolar e profissional; os resultados das avaliações educacionais, mostrando o desempenho sofrível dos alunos, têm gerado grande repercussão na sociedade.

Para quem quer acompanhar o tema, é crucial separar o joio do trigo e exigir mais do que aquele discurso vazio que se repete a cada dois anos: “Educação é minha prioridade”. Tratar educação como prioridade é obrigação, da mesma forma que cuidar da política econômica é responsabilidade primordial de qualquer presidente.

Assim como se pergunta a um candidato qual será sua política de combate à inflação, é preciso pedir dos políticos respostas específicas para a solução de problemas específicos da educação brasileira.

Por exemplo: ao ouvir um candidato à Presidência prometer aumentar o salário dos professores, é bom lembrar que quem gerencia as redes de ensino da educação básica são as prefeituras (educação infantil e parte do ensino fundamental) e os governos estaduais (parte do ensino fundamental e o ensino médio). Não existe professor federal de educação básica. São os municípios e Estados que contratam e pagam.

Além de administrar sua rede de ensino superior (as universidades e institutos federais), cabe ao governo federal contribuir para o financiamento da educação básica, definir diretrizes e estabelecer metas.

Ou seja, os candidatos à Presidência devem abordar as grandes questões, como os investimentos em educação e a modernização das orientações curriculares. Já dos candidatos a governador, espera-se que tratem das questões cotidianas, como a criação criação de vagas e a qualidade do ensino nas escolas.



Texto publica na coluna no jornal Destak no dia 14/7

Postado por Fernando Leal

O papel da educação nas eleições

É tempo de eleição! E às promessas de mudanças, o pedido do seu voto! Mais uma vez faz-se necessário refletir sobre o papel da educação reflexiva.

Que tipo de homem e de sociedade queremos formar? O que representa o espaço da sala de aula enquanto espaço de aprendizagem? Qual o compromisso que a escola tem com a formação humana, a saúde, a educação do país? É possível fazer política com honestidade? Cabe então uma reflexão sobre este momento de encontro entre aprendizes e professores.

Diante dessa perspectiva, é lamentável que a escola ainda reproduza modelos dentro do espaço de socialização do conhecimento (a sala de aula) e atue como transmissora de conhecimento. É inconcebível que a educação não forneça os instrumentos de luta para que as pessoas transformem sua real condição de existência. Eis a questão!

Povo “instruído” questiona os papéis e as atitudes propostas pelos políticos. Se desenvolvermos uma educação que contribui para a transformação dos homens, possibilitando a reflexão, mudanças podem ocorrer. Chega de alienação como pretendem certas concepções pedagógicas e as políticas públicas da contemporaneidade!

O problema do eleitor brasileiro é a falta de conhecimento político! Faz-se necessário refletir sobre os desvios de verba pública, sobre os interesses pessoais em detrimento de uma população inteira, sobre o perfil de cada candidato e sua história pessoal, sobre a corrupção!

As sociedades democráticas necessitam cada vez mais da participação de pessoas com alto nível de criticidade. Assim, o cidadão é capaz de analisar as consequências de suas ações, pessoais ou coletivas e oferecer critérios racionais para tomada de decisões. Educar para a ação!

A ausência de uma educação como processo formador de hábitos e atitudes no indivíduo desenvolve pessoas egoístas, sem capacidade de refletir. A definição de valores, assim como o desenvolvimento dos aspectos emocionais e sociais é que darão aos indivíduos uma formação mais ética. Se trabalharmos dessa forma as pessoas serão mais críticas e conscientes.

Voto consciente pressupõe educação reflexiva! Pense nisso!

Projeto de Leitura

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